21 de Agosto de 1808: Batalha do Vimeiro


Eu te saúdo memorável dia 21 de Agosto! Tua memória será eterna nos fastos das três nações; da Portuguesa, porque quebraste os seus ferros; da Inglesa, porque cobriste de glória as suas armas; da Francesa, porque suspendeste o vôo arrogante das suas águias, até ali vitoriosas, e agora abatidas e destroçadas! Por mais feliz e mais brilhante que tivesse sido a Batalha da Roliça, não foi senão uma acção parcial, a do Vimeiro foi decisiva, não só para os dois exércitos, mas também para o Reino de Portugal; e ainda fez mais: juntamente com a de Bailén, de que não eclipsarei a memória, quebrou o encanto em que estava a Europa, mostrando-lhe que os exércitos Franceses não eram invencíveis, e que mesmo a superioridade de forças nem sempre lhes dava a vitória.

José Acúrsio das Neves in «História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal e da Restauração deste Reino», Tomo V, 1811.

3 comentários:

Anónimo disse...

Boa publicação. Bem-haja.

Foi há um par de meses que comprei a obra completa de Acúrsio das Neves, editada pela Afrontamento e que me foi possível adquirir graças à simpatia de algumas pessoas desta editora. A "História Geral da Invasão dos Franceses em Portugal", que ando a ler neste momento, é realmente interessante. E foi precisamente neste blog que tive contacto não só com Acúrsio das Neves, mas também com outros grandes pensadores portugueses como José Agostinho de Macedo, José da Gama e Castro e a maior parte dos integralistas.

A qualidade deste blog, que é digna de nota, exige que se louve o seu autor pela criteriosa escolha dos conteúdos e pela regularidade com que nos brinda com estas passagens.
Muito obrigado.

José Brito

VERITATIS disse...

Agradeço as suas simpáticas palavras. De facto, Portugal teve bons autores tradicionalistas, verdadeiramente contra-revolucionários: D. Frei Fortunato de São Boaventura, Padre José Agostinho de Macedo, Marquês de Penalva, Dr. José Acúrsio das Neves, etc. Mas neste rol não se pode incluir os integralistas, uma vez que ficaram a meio caminho. Por exemplo, António Sardinha, figura maior do Integralismo Lusitano, defendia a tese dos liberais sobre o "absolutismo", tese que ele foi beber a Espanha. Já Alfredo Pimenta, seu contemporâneo, mas que não foi integralista, tinha a perspectiva certa, ou seja tradicional, sobre o "absolutismo". E isto deve-se ao facto de os integralistas não terem recebido a Tradição, mas terem tentado reconstruí-la intelectualmente. O meu conselho é para não se fixar demasiado nos autores, pois estes nem sempre acertam. Mas quanto mais antigo é um autor, mais certezas há de que ele tenha acertado. Porque além de terem recebido a Tradição directamente, os mais antigos têm a vantagem de terem sido testemunhas oculares do que falam.

Cumprimentos. Volte sempre.

José disse...

Excelente postagem.