A proclamação solene dos direitos do «Terceiro Estado» em França constitui a etapa decisiva a que se seguem as variedades da «revolução burguesa», ou seja, exactamente da terceira casta, a que servem de instrumento as ideologias liberais e democráticas. Paralelamente é característica desta Era a teoria do contrato social: como vínculo social agora já nem sequer se encontra uma fides de tipo guerreiro, ou seja, relações de fidelidade e de honra. O vínculo social reveste-se de um carácter utilitário e económico: é um acordo assente na conveniência e no interesse material – o que só um mercador pode conceber. O ouro serve de intermediário e quem dele se apossar e souber multiplicá-lo (capitalismo, finanças, trusts industriais) por detrás da fachada democrática controla virtualmente também o poder político e os instrumentos que servem para formar a opinião pública. A aristocracia cede o lugar à plutocracia; o guerreiro, ao banqueiro e ao industrial. A economia triunfa em toda a linha. O tráfico de dinheiro e a agiotagem, outrora confinada nos ghettos, invadem toda a nova civilização. Segundo a expressão de Sombart, na terra prometida do puritanismo protestante, com o americanismo e o capitalismo, não vive mais que «espírito judaico destilado». E é natural que, dadas estas premissas de parentesco, os representantes modernos do judaísmo secularizado tenham quase visto abrir-se à sua frente, nesta fase, as vias da conquista do mundo. São características estas expressões de Karl Marx: «Qual é o princípio mundano do judaísmo? A exigência prática, a vantagem pessoal. Qual é o seu deus terrestre? O dinheiro. O judeu emancipou-se de uma maneira judaica, não só por se ter apropriado da potência do dinheiro, mas também porque, graças a ele, o dinheiro se tornou uma potência mundial e o espírito prático judaico se tornou o espírito prático dos povos cristãos. Os judeus emanciparam-se na medida em que os cristãos se tornaram judeus. O deus dos judeus mundanizou-se e tornou-se o deus da terra. O câmbio é o verdadeiro deus dos judeus». Na realidade a codificação religiosa do tráfico do ouro como empréstimo com juros, a que anteriormente sobretudo o judeu se tinha consagrado, faltando-lhe quase qualquer outro meio para se poder afirmar, pode ser considerada a própria base da aceitação e do desenvolvimento aberrante, no mundo moderno, de tudo o que é banca, finança, economia pura, fenómeno comparável ao avanço de um verdadeiro cancro. É este o momento fundamental da «Era dos Mercadores».
Julius Evola in «Rivolta Contro il Mondo Moderno», 1934.
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