No século passado, ainda a Action Française estava na massa dos impossíveis, já nós possuíamos os nossos doutrinadores da Contra-Revolução, em cujos escritos de modo algum se reflectia a influência dos contra-revolucionários franceses dessa época, alguns dos quais surgiram até posteriormente, e revelando-se, nas suas obras, de uma forma incompleta, o que não sucedia aos nossos Gamas e Macedos, que eram declarada e integralmente reaccionários.
Nós podemo-nos orgulhar de ter mestres, e dos melhores, como nos temos esforçado por demonstrar em mais de doze anos de bom combate, e os quais só aguardam ser conhecidos e meditados, para que a sua superioridade se imponha a quantos de boa-fé queiram formar a sua cultura nacionalista [patriótica]. "Nós temos tudo feito", como ainda há tempos me dizia o Sr. Dr. Hipólito Raposo, ao percorrermos em comum algumas páginas da Dissertação a Favor da Monarquia.
Fernando Campos in «A Genealogia do Pensamento Nacionalista», 1931.
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Nota 1: Admite-se aqui o uso do termo nacionalismo num sentido lato e não técnico da palavra. Pois como é sabido, o conceito ideológico de nacionalismo nasceu do dogma liberal da independência, neste caso da independência dos povos face ao Rei.
Nota 2: É uma pena que não se tenha também referido o Frei Fortunato de São Boaventura, que é possivelmente o maior vulto do combate tradicionalista em Portugal.
2 comentários:
Muito bom.
Será que o Macedo não é o Sousa Macedo? COmo está no plurar, pode ser que sejam os dois; pelo menos deveria, porque é verdade.
Realmente essa palavra "nação", que tem no seu sentido próprio a referência ao local de nascimento (pode ser a cidade, a região, o reino, conforme o contexto discursivo). Na revolução francesa, para substituírem o belíssimo e completo conceito de Reino, usaram o de nação; rebaixamento de um conceito elevadíssimo a uma mera referência geográfica. Com "nacionalismo" tenta-se a valorização do local onde nascemos (o país) e de certa identidade que por ali resida; e está longe de chegar perto de "reino" (que remete ao "rei", e não à geografia).
Sim, também poderá ser António de Sousa de Macedo, autor do livro "Flores de Espanha, Excelências de Portugal".
Creio que muita gente usa o termo "nacionalismo" num sentido alargado de "defesa de Portugal". Eu próprio o fiz durante alguns anos.
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