Nunca é demais repetir que aquilo que destruiu a Família no mundo moderno foi o Capitalismo. Sem dúvida, poderia ter sido o Comunismo, caso este tivesse alguma oportunidade fora daquele deserto semi-mongol onde de facto floresce. Mas no que nos diz respeito, o que desfez os lares, encorajou os divórcios e tratou as antigas virtudes domésticas com um desprezo cada vez maior, foi a época e o poder do Capitalismo. Foi o Capitalismo que fomentou um conflito moral e uma competição comercial entre os sexos; que destruiu a influência dos pais em favor da influência dos patrões; que empurrou os homens para fora dos seus lares em busca de empregos; que os forçou a viver perto das fábricas ou das empresas, em vez de perto das suas famílias; e, acima de tudo, que encorajou, por razões comerciais, um espectáculo de publicidade e novidades berrantes, que são, por natureza, a morte de tudo o que os nossos pais e mães chamavam de dignidade e modéstia. Não foi o bolchevique, mas sim o patrão, o publicitário, o vendedor e o comerciante que, como uma turba desenfreada de bárbaros, derrubaram e pisotearam a antiga estátua romana da Verecúndia.
G. K. Chesterton in «The Well and the Shallows», 1935.
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